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Você lembra do último crush que não conheceu pela internet?

Universa

30/08/2020 04h00

Photo by Ketut Subiyanto from Pexels

Um estudo realizado com casais heterossexuais americanos indica que, de 2013 para cá, a maior parte dos encontros românticos aconteceu sem a intermediação de humanos, ou seja, não foi através de contatos de amigos e familiares.

Para muitos, é tão corriqueiro utilizar aplicativos para encontros e paquera que é difícil lembrar que um dia já tivemos que nos virar para conhecer pessoas novas 100% offline.

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Mas, é sempre bom lembrar que esse é um costume super recente na história da humanidade. Até por volta de 1940, o mais comum era conhecer pretendentes através da sua família, na igreja, vizinhança ou na escola/colegial. A partir desse período, o mais comum passou a ser através dos amigos e ainda dos familiares. Mas, de 1995 pra cá, tudo começou a mudar.

Foi com a introdução da internet gráfica em 1995 (com imagens, pois pra quem não lembra no princípio o mundo online era um monte de letrinhas verdes num fundo preto, sem imagens, memes ou figurinhas) e, depois, com a popularização dos smartphones lá por volta de 2007, que costumes milenares viraram de cabeça pra baixo e o romance da vida real passou a depender cada vez mais de uma conexão de internet. E foi a partir de 2013 que essa forma de conhecer novas pessoas superou todas as outras.

Por outro lado, resolvi rodar uma pesquisa no Sexlog.com pra conferir quantos dos casais que circulam pela rede social se conheceram graças à internet. O resultado surpreendeu: das 1.362 pessoas consultadas, 65,6% se conheceu fora da internet, sem nenhuma ajudinha de aplicativos e afins.

É importante enfatizar que a média de idade dos casais consultados era de 35 a 45 anos, ou seja, são pessoas que não são "nativos de internet", pois vieram a se familiarizar com a tecnologia ao longo da sua juventude. É um resultado que, provavelmente, não seria replicado em gerações mais recentes.

Mas, voltando aos nossos entrevistados, 84% dos relacionamentos começou há mais de 5 anos. Apenas 2% é de relacionamentos recentes, com menos de 1 ano. E eles se conheceram de formas muito diversas:

33% através de amigos em comum
20% no trabalho
18% no bar, balada ou clube
e 8% na faculdade
outras respostas, como por exemplo, na praia e na igreja, somaram 21%

Curiosa que sou, pedi para que alguns deles me contassem como tudo aconteceu:

"Coisa de quem mora no interior: festas de fim de ano, a praça da matriz fica enfeitada com parque de diversões e ficava aquela azaração. Nos paqueramos, um amigo nos apresentou e tudo aconteceu!" @ccorreia

"Nos conhecemos ainda adolescentes no colégio. Namoramos durante alguns anos e depois casamos, estamos juntos há mais de 30 anos. Juntos e felizes!" @casaldobemmaduro7172

"Nos conhecemos em um antigo pagode muito famoso do Piscinão de Ramos, o Pagode do Litrão. Ambos éramos casados, nos separamos e estamos aí até hoje, curtindo o mundo liberal." @cornoeputa2830

"Ele é amigo do meu primo e falou para o mesmo que estava interessado em mim. Meu primo passou meu telefone e começamos a conversar até que finalmente ele me pediu em namoro e desde então estamos juntos." @love_couple20

"Ela trabalhava numa panificadora onde eu tomava café!" @casalitapoa1202

Pois é, aparentemente ainda não estamos tão dependentes da internet no que diz respeito a relacionamentos. Ou estamos? Me conta nos comentários como você conheceu o seu grande amor!

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Sobre a autora

Mayumi Sato é meio de exatas, meio de humanas. Pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog quer ressignificar a relação das pessoas com o sexo e, para isso, acredita que é preciso colocar a mão na massa, o que inclui decodificar o comportamento humano. Ao longo dos anos, estudando e trabalhando com o mercado adulto, passou a fazer parte de uma rede de mulheres interessadas e ativistas no assunto, por isso sabe que não está – não estamos – só. Idealizadora do cínicas (www.cinicas.com.br) e feminista sex-positive.

Sobre o blog

Dados e pesquisas sobre sexo e o comportamento dos brasileiros entre quatro paredes. Muita informação, tendências, dados – e experiências próprias! - sobre o assunto. Um espaço para desafiar tabus e moralismos em torno do sexo.

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