Fisting: conheça o fetiche de transar com as mãos
Universa
10/05/2020 04h00
Photo by Juan Pablo Serrano Arenas from Pexels
Sexo não é só o que é feito com dois genitais!
Somos educados a chamar oral de "preliminares" ou masturbação a dois de "dar uns amassos", mas a verdade é que muita coisa – que inclusive não envolve genitais – já faz parte do ato sexual.
Sexo sem genitais? Pois é!
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Um jeito de repensar o que é e o que não é sexo, é fazer um paralelo com o que a gente também considera traição, como por exemplo:
Trocar mensagens picantes pela whatsapp, falar que está com tesão, excitar um ao outro através das palavras até que os envolvidos gozem de verdade. Pode ser considerado traição? Sim! Pode ser considerado sexo? Também!
Outro exemplo: se você observa alguém na sua frente, sem te encostar, tirar a roupa, se masturbar, se insinuar pra você, enquanto você se masturba. Sua parceira ou parceiro consideraria isso uma traição? Provavelmente sim. E dá pra gente considerar que ouve um ato sexual ali? Provavelmente também!
Pois bem, uma outra variedade sexual sem dois genitais envolvidos, é o fisting! Uma prática que envolve mãos e braços dentro de vaginas e ânus. Em geral, pessoas que se interessam por esse fetiche, começam introduzindo apenas os dedos, mas que depois evoluem para o punho inteiro (daí o termo em inglês, fist, punho). Algumas pessoas também a praticam utilizando os pés, por exemplo.
Parece extremo, mas se deixarmos o preconceito de lado, não é incomum que pessoas exercitem/trabalhem/modifiquem o seu corpo de maneiras mais extremas – como no halterofilismo, com tatuagens, alargadores – e alcancem certo grau de prazer com isso. Faz sentido para alguns, não faz sentido para outros, e ninguém se prejudica com isso (se feito com cuidado, é claro)!
Não foi difícil encontrar amantes dessa prática. Vera, Edson, Juliana e Bernardo, toparam compartilhar comigo como eles descobriram que curtiam o fetiche:
"Durante muito tempo fui submissa (no sexo) e essa é uma das prática de BDSM. Como gosto de um sexo mais selvagem tinha curiosidade e acabei experimentando." Vera C.
"O primeiro contato com o Fisting foi em filmes quando adolescente gostava muito de ver os vídeos da Belladonna, achava algo de certa forma excitante, ela sempre foi famosa por estes tipos de vídeos, então pensei porque não, praticar parece ser algo que dá bastante prazer. Então fui atrás pesquisar mais para realizar a prática." Edson M.
"Foi acontecendo… Meio que eu fui percebendo que quanto mais dedos mais excitada eu ficava, até o dia um cara se empolgou, a mão entrou toda e eu tive o orgasmo mais longo que eu lembro de já ter tido. Aí foi um caminho sem volta." Juliana F.
"Descobri através de vídeos de internet!" Bernardo A.
Também perguntei como eles encontram parceiros ou parceiras que se interessem por fisting, sem estranhar esse interesse. A maioria indica conhecer e flertar em plataformas relacionadas à práticas fetichistas, onde naturalmente há pessoas mais abertas a novidades como essa.
Além disso, Edson e Juliana acham que é possível que qualquer casal explore essas novas sensações, afinal há um tesão na descoberta a dois!
Me conta: você já tinha ouvido falar sobre fisting? Sobre que outro fetiche você gostaria de saber mais? Deixe nos comentários!
Sobre a autora
Mayumi Sato é meio de exatas, meio de humanas. Pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog quer ressignificar a relação das pessoas com o sexo e, para isso, acredita que é preciso colocar a mão na massa, o que inclui decodificar o comportamento humano. Ao longo dos anos, estudando e trabalhando com o mercado adulto, passou a fazer parte de uma rede de mulheres interessadas e ativistas no assunto, por isso sabe que não está – não estamos – só. Idealizadora do cínicas (www.cinicas.com.br) e feminista sex-positive.
Sobre o blog
Dados e pesquisas sobre sexo e o comportamento dos brasileiros entre quatro paredes. Muita informação, tendências, dados – e experiências próprias! - sobre o assunto. Um espaço para desafiar tabus e moralismos em torno do sexo.