Pesquisa conta quanto tempo deve durar o sexo: o que aprendemos com isso?
Universa
29/09/2019 04h00
Photo by Acharaporn Kamornboonyarush from Pexels
Quando falamos de sexo numa roda de amigos, é bem comum rolar aquele constrangimento quando o assunto cai no tal do desempenho na cama. Este é um motivo, inclusive, de insegurança para muita gente. Expectativa e realidade se cruzam num jogo sempre nebuloso, afinal não sabemos quando o colega está dizendo a verdade sobre o próprio desempenho ou exagerando.
Uma pesquisa feita pelo site Saucy Dates em agosto deste ano, cujo objetivo era entender a expectativa das pessoas em relação ao sexo, mostrou que homens e mulheres (no total de 3.836 entrevistados) esperavam que a relação sexual (penetração) durasse cerca de 25 minutos. E isso sem incluir as preliminares.
Os entrevistados foram questionados com as perguntas "Quanto tempo durou a última vez que você fez sexo?" e "Quanto tempo você gostaria que o sexo durasse?".
Para contrapor esta pesquisa, uma outra feita por um psicólogo da Universidade de Queensland, Austrália, reuniu homens e mulheres para mapear o tempo que dura uma relação sexual. A metodologia foi simples: os casais cronometravam a duração de suas transas.
Os resultados? As transas variaram de 33 segundos a 44 minutos, chegando num média de 5,4 minutos. Este é o resultado considerando penetração até ejaculação.
Se é pouco ou muito, isso vai depender de quem participa do sexo, mas penetração em si não é e não deveria ser a única opção de estímulo sexual. As preliminares podem ser mais importantes e prazerosas do que a penetração em si. Afinal, toques, estímulos, beijos e o uso de brinquedos ou produtos eróticos também fazem parte do sexo. A conexão na hora da putaria é mais importante do que a duração e devemos nos livrar desse apego ao tempo como uma métrica de sucesso.
Sucesso mesmo é gozar com quem você quer e na intensidade que o momento permite. Sexo é liberdade, não algo a ser controlado.
E você, liga para tempo? O que pensa sobre o assunto?
Sobre a autora
Mayumi Sato é meio de exatas, meio de humanas. Pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog quer ressignificar a relação das pessoas com o sexo e, para isso, acredita que é preciso colocar a mão na massa, o que inclui decodificar o comportamento humano. Ao longo dos anos, estudando e trabalhando com o mercado adulto, passou a fazer parte de uma rede de mulheres interessadas e ativistas no assunto, por isso sabe que não está – não estamos – só. Idealizadora do cínicas (www.cinicas.com.br) e feminista sex-positive.
Sobre o blog
Dados e pesquisas sobre sexo e o comportamento dos brasileiros entre quatro paredes. Muita informação, tendências, dados – e experiências próprias! - sobre o assunto. Um espaço para desafiar tabus e moralismos em torno do sexo.