É sério: o Tinder vai acabar com sua autoestima
Universa
31/05/2018 05h00
(Crédito: Getty Images)
Quem nunca entrou em algum app só para ver quem te deu match sem necessariamente estar a fim de um encontro real? Na era dos relacionamentos online e redes sociais, nossa auto310estima muitas vezes passa pelo filtro e pelo julgamento dos outros, para o bem e para o mal.
Uma pesquisa da Universidade do Norte do Texas, com usuários de um aplicativo de encontros, descobriu que pessoas que utilizam esse tipo de ferramenta muitas vezes se mostram mais insatisfeitas com sua aparência do que aquelas que não utilizam.
O estudo perguntava sobre a forma como elas usavam o aplicativo, como viam a própria imagem e seus objetivos de relacionamento.
Como o primeiro critério para o flerte online costuma ser a aparência, aplicativos podem estar intensificando nossas inseguranças e criando expectativas inatingíveis em relação a nossos corpos.
Além disso, os padrões de beleza e discriminações existentes no mundo real também são transpostos para estas plataformas. Não é raro surgirem relatos de pessoas que se dizem constantemente rejeitadas por serem negras ou gordas. Um exemplo desses vieses estéticos foi um experimento britânico que avaliou a performance de três perfis étnicos em um app. Nos resultados, o perfil mais "branco" e dentro dos padrões ocidentais tinha muito mais sucesso do que o mais negro, por exemplo.
Em uma pesquisa do Sexlog, descobrimos que as pessoas costumam perguntar sobre a idade, peso e o tamanho do pênis das pessoas que conhecem na plataforma antes de decidir se vão ou não marcar um encontro.
E você, tem se sentido valorizado ou desvalorizado nos apps de encontro?
Ao mesmo tempo, nesses apps, quais são os seus critérios pra sair com alguém?
É interessante auto questionamento para evitarmos a repetição de padrões que oprimem a nós mesmos. Se eu não gosto de ser julgado apenas pela minha aparência, o que estou levando em conta ao analisar os outros?
Comente e vamos juntos descobrindo como estabelecer relações melhores, mesmo quando elas só dependem de um botãozinha de match =)
Sobre a autora
Mayumi Sato é meio de exatas, meio de humanas. Pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog quer ressignificar a relação das pessoas com o sexo e, para isso, acredita que é preciso colocar a mão na massa, o que inclui decodificar o comportamento humano. Ao longo dos anos, estudando e trabalhando com o mercado adulto, passou a fazer parte de uma rede de mulheres interessadas e ativistas no assunto, por isso sabe que não está – não estamos – só. Idealizadora do cínicas (www.cinicas.com.br) e feminista sex-positive.
Sobre o blog
Dados e pesquisas sobre sexo e o comportamento dos brasileiros entre quatro paredes. Muita informação, tendências, dados – e experiências próprias! - sobre o assunto. Um espaço para desafiar tabus e moralismos em torno do sexo.