Por que os divórcios só aumentam e os casamentos diminuem?
O número de casamentos no Brasil caiu 3,7% e os divórcios cresceram 4,7%. Não, não é coisa da minha cabeça: são dados de uma pesquisa recente do IBGE.
Na cidade de São Paulo, os números também são interessantes. Os casamentos registrados caíram 4,22% enquanto os divórcios encerrados em 1ª instância cresceram 11,13%.
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Mas por que isso está acontecendo?
Primeiramente, é preciso ter calma na hora de olhar esses dados. Pois é fácil cair na armadilha de criticar as gerações mais novas deduzindo que as pessoas estão mais solitárias ou egoístas.
Também não significa que estamos engatando menos relacionamentos, todos de saco cheio.
Vivemos em tempos líquidos, um conceito do filósofo Bauman que na prática diz que estamos assumindo menos compromissos de longo prazo (como casamentos) e desistindo antes de relações que nossos pais levavam mais tempo para desistir.
Isso se reflete na pesquisa do IBGE, que mostra apenas o número de registros em cartórios e órgãos oficiais, o jeitão tradicional de oficializar um relacionamento, sabe?
Mas os tempos mudaram e cada vez mais pessoas têm escolhido relações que não estão necessariamente associadas à monogamia e ao casamento tradicional. Estamos vivendo em mais relações que não se enquadram nas caixinhas que, até então, usávamos para definir o que era "relacionamento sério" e duradouro.
Estamos mais livres para experimentar e amar, sem necessariamente passar pelo famoso registro em cartório.
São tempos com mais liberdade e mais escolhas, consequentemente mais complexas de mapear. Os divórcios podem estar crescendo, mas as pessoas provavelmente não estão se apaixonando menos. É um sinal de que estamos encontrando novos caminhos, afinal, tempos líquidos, né?
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