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Mayumi Sato

Exibicionismo: um fetiche que vai além das redes sociais

Universa

07/06/2020 04h00

Photo by Andrea Piacquadio from Pexels

Acompanhando o volume de acessos aumentar nas redes sociais de sexo desde o início da pandemia, me chamou atenção o fato de que as pessoas não estão apenas consumindo mas também produzindo muito conteúdo.

O Sexlog, rede social que reúne praticantes de exibicionismo e outros fetiches, viu a quantidade de fotos e vídeos publicados praticamente dobrar entre os meses de março ejunho desse ano. Atualmente, são mais de 12 mil fotos e quase 1000 vídeos publicados por dia. Nesse período, 5TB(!) de mídia foram adicionados ao site.

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Pensando nisso, fui confirmar com essa galera quem realmente se considera exibicionista, quais as suas práticas mais usadas para dar vazão a esse desejo e entender também como foi que descobriram que curtiam se exibir por aí.

Conversei com cerca de 650 pessoas e 78,8% delas se declarou como exibicionista de carteirinha.

Suas práticas do dia a dia preferidas, são:

  • 66.4% manda nudes por mensagem
  • 36.6% curte transar com outras pessoas assistindo (ao vivo ou on-line)
  • 29.8% se exibe na livecam
  • 24.9% grava e compartilha seus próprios vídeos sensuais
  • 12.4% usa roupas sensuais em lugares públicos para atiçar quem está ao redor

Alguns depoimentos sobre como descobriram essa paixão por se exibir me chamaram a atenção:

"Me descobri exibicionista quando mandei umas fotos para um parceiro e o resultado foi incrível. Eu curti muito mais que ele rsrs. E até hoje, 20 anos depois eu curto mais que os outros." L., mulher

"Sempre tive vontade e prazer em transar em lugares onde ocasionalmente pudesse ser pego em flagrante. Também sempre gostei de gravar minhas transas e as vezes ficava sem roupa para ser visto propositalmente por vizinhos ou visitas que tivessem dormido na minha casa." N, homem

"Há 5 anos descobri que meu marido ficava excitado ao ver outros homens me desejando e gostei, desde então adoro me exibir" T e H, casal

"Me assumi exibicionista quando visitei uma praia de nudismo. Transei com varias pessoas enquanto estavam observando." S., mulher

"Meu namorado me comeu na casa de uma amiga minha e ela viu tudo. Depois disso adoro dar para ele com alguém assistindo." C e S, casal

"Vi que gostava de me exibir ao sair com uma mulher casada que gostava de transar no banco de trás do carro enquanto o marido dirigia pelas ruas da cidade. Sempre tinha gente assistindo e o tesão só aumentava, pois ela gostava de aprontar muito." G., homem

Experiências inusitadas nos dão percepções novas sobre o que gostamos e deixamos de gostar. Não dá para simplesmente afirmar gosto ou não gosto de determinados comportamentos sexuais que ainda não tivemos.

Podemos estar mais ou menos inclinados a gostar, mas uma experiência pode mudar tudo. Por isso é muito importante sempre prestar atenção em seus fetiches e fantasias pois eles podem mudar.

E você, já se exibiu por aí? Gosta? Compartilha suas aventuras aqui nos comentários!

Sobre a autora

Mayumi Sato é meio de exatas, meio de humanas. Pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog quer ressignificar a relação das pessoas com o sexo e, para isso, acredita que é preciso colocar a mão na massa, o que inclui decodificar o comportamento humano. Ao longo dos anos, estudando e trabalhando com o mercado adulto, passou a fazer parte de uma rede de mulheres interessadas e ativistas no assunto, por isso sabe que não está – não estamos – só. Idealizadora do cínicas (www.cinicas.com.br) e feminista sex-positive.

Sobre o blog

Dados e pesquisas sobre sexo e o comportamento dos brasileiros entre quatro paredes. Muita informação, tendências, dados – e experiências próprias! - sobre o assunto. Um espaço para desafiar tabus e moralismos em torno do sexo.

Mayumi Sato